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Rico Vasconcelos

Participe da campanha dos 30 anos do Dia Mundial da Luta Contra o HIV

Rico Vasconcelos

22/11/2018 04h00

Crédito: iStock

Em 1988, cinco anos depois da identificação do HIV como vírus causador da Aids, num momento em que já se somavam quase 40.000 mortes em decorrência da doença em todo o mundo, a Organização das Nações Unidas, juntamente com a Organização Mundial da Saúde, instituiu o 1º de dezembro como Dia Mundial da Luta Contra o HIV/Aids.

Em 2018, em comemoração dos 30 anos dessa data, o Ministério da Saúde brasileiro está fazendo uma campanha muito interessante e convida a todos para participar.

Está sendo preparada uma enorme colcha de retalhos, que no dia 1º de dezembro será exposta na esplanada dos ministérios, em Brasília. Cada retalho será a manifestação personalizada de uma pessoa que faz parte da história da luta contra o HIV/Aids. A contribuição/retalho pode ser feita até hoje, dia 22 de novembro, numa plataforma eletrônica interativa e gratuita através do www.diamundial30anos.com.br.

A ação é um resgate de uma homenagem realizada no final dos anos 1980 em Washington, EUA, quando todo o gramado em frente ao Capitólio foi coberto por uma colcha de retalhos representando todas as pessoas que já haviam morrido de Aids.

Os retalhos da homenagem foram feitos por amigos e familiares das vítimas da doença, por organizações não governamentais e por ativistas, e tinham o objetivo de chamar a atenção do mundo para uma epidemia que até então estava sendo ignorada.

Nesses 30 anos que se passaram desde então, muita coisa mudou. Temos agora disponível um tratamento eficaz e muito melhor tolerado contra o vírus, capaz de manter uma pessoa que vive com HIV com saúde, qualidade de vida e sem risco de transmissão do seu vírus por via sexual para outras pessoas. E temos também disponíveis diversas formas de prevenção, o que torna possível para qualquer pessoa encontrar uma maneira de se manter livre do HIV.

Em outras palavras, já temos as ferramentas necessárias para que não haja mais nenhum caso novo de infecção por HIV e nem mortes em decorrência da Aids. Entretanto, em todo o mundo essas taxas ainda são registradas em níveis inaceitáveis dentro de alguns subgrupos populacionais. Um dos motivos para isso é o mesmo silêncio e desinformação sobre o assunto que já estavam sendo enfrentados na década de 80.

Assim, a ação do Ministério da Saúde pretende, além de prestar uma homenagem às mortes da epidemia, celebrar a vida das pessoas que vivem com HIV e todas as conquistas desses últimos 30 anos de história do HIV.

Faça sua contribuição para essa colcha, celebre o dia 1º de dezembro e se engaje durante todo o ano nessa causa, se interessando por HIV e prevenção. O HIV faz parte da vida de todos nós.

Sobre o autor

Médico Infectologista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Rico Vasconcelos trabalha e estuda, desde 2007, sobre tratamento e prevenção do HIV e outras ISTs. É atualmente coordenador do SEAP HIV, o ambulatório especializado em HIV do Hospital das Clínicas da FMUSP, e vem participando de importantes estudos brasileiros de PrEP, como o iPrEX, Projeto PrEP Brasil, HPTN083 (PrEP injetável) e na implementação da PrEP no SUS. Está terminando seu doutorado na FMUSP e participa no processo de formação acadêmica de alunos de graduação e médicos residentes no Hospital das Clínicas. Também atua na difusão de informações dentro da temática de HIV e ISTs no Brasil, desenvolvendo atividades com ONGs, portais de comunicação, agências de notícias, seminários de educação comunitária e onde mais existir alguém que tenha vida sexual ativa e possua interesse em discutir, sem paranoias, como torná-la mais saudável.

Sobre o blog

Com uma abordagem moderna e isenta de moralismo sobre HIV e ISTs, dois assuntos que tradicionalmente são soterrados por tabus e preconceitos, Rico Vasconcelos pretende discutir aqui, de maneira leve e acessível, o que há de mais atual e embasado cientificamente circulando pelo mundo. Afinal, saber o que realmente importa sobre esse tema é o que torna uma pessoa capaz de gerenciar sua própria vulnerabilidade ao longo da vida sexual. Podendo assim encontrar as melhores maneiras para manter qualidade no sexo, e minimizar os prejuízos físicos e psicológicos associados ao HIV e ISTs.