Saiba por que o Brasil está no caminho certo na luta contra o HIV
A semana que antecede o 1º de dezembro, Dia Mundial da Luta contra o HIV/Aids, foi agitada para o Ministério da Saúde. Nela, foi lançada a campanha oficial do Dezembro Vermelho, mês da conscientização sobre prevenção e tratamento do HIV/Aids, e divulgados os dados atualizados da epidemia no Boletim Epidemiológico. Vou resumir aqui algumas das novidades mais importantes dessa semana.
Em 2018, como falei semana passada, o Dia Mundial de Luta contra o HIV/Aids completa 30 anos da sua criação. Assim, para homenagear as pessoas que morreram com a doença, celebrar a vida das pessoas que vivem com HIV e comemorar as conquistas desses 30 anos, uma colcha com mais de 4.000 retalhos, feitos pelas pessoas que de alguma forma fazem parte dessa história, foi estendida na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O vídeo oficial da campanha de 2018 tem essa homenagem como ponto de partida e nos lembra que para se vencer o HIV/Aids é preciso acabar com toda e qualquer forma de preconceito. Os registros da ação da colcha de retalhos e o vídeo da campanha podem ser encontrados no site do evento do Dia Mundial.
No Boletim Epidemiológico Anual de HIV, lançado também nessa semana, foram divulgados os resultados de um longo trabalho de ampliação da testagem rápida, levando à melhora nos diagnósticos de HIV no país. Paralelamente, desde 2013 o tratamento antirretroviral passou a ser recomendado a todas as pessoas que vivem com HIV no Brasil, utilizando-se esquemas medicamentosos cada vez melhores. Como resultado da associação dessas ações, a taxa de mortalidade em decorrência da Aids foi reduzida em cerca de 16% nos últimos 3 anos.
Essa redução nas mortes por Aids é um marco na história da epidemia brasileira de HIV, comparável apenas à queda na mortalidade vista em 1996, quando a terapia antirretroviral passou a ser oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Outra boa notícia do boletim é a redução quase pela metade na taxa de transmissão vertical do HIV (da mãe para o filho) nos últimos 10 anos. Esse é o resultado da ampliação da cobertura de testagem para HIV em gestantes e da melhora do pré-natal oferecido às mulheres brasileiras que vivem com HIV.
Resultados como esses mostram que, mesmo com toda a sua complexidade, o enfrentamento do HIV/Aids é possível. E que seu sucesso depende fundamentalmente de ampliação do acesso à saúde e à cidadania das populações vulnerabilizadas.
Por esse motivo, as metas desse processo de controle da epidemia de HIV/Aids em geral requerem anos para ser atingidas. Afinal, nada complexo muda num país do tamanho do Brasil de um ano para o outro. Tentar lidar com as questões do HIV como se fossem simples é um erro comum e que pode ser desastroso.
Quando acreditamos naquilo que as pesquisas científicas nos ensinam, quando implementamos de maneira organizada esses ensinamentos na forma de políticas públicas de saúde e, principalmente, quando deixamos o achismo, o preconceito e o moralismo de lado, os bons resultados no enfrentamento do HIV/Aids aparecem.
Parabéns, Brasil! É hora de seguir nessa direção elogiada internacionalmente e aprimorar aquilo que está tendo sucesso.
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